Hoje trago em nossa coluna um breve bate papo com meu grande amigo, o carismático Campeão Mundial de Bodyboarding, Uri Valadão, mais conhecido como “Baiano Voador”.
Uri, já que a Coluna é voltada para dicas de ondas, lugares imperdíveis e incríveis para surfar ao redor do planeta, gostaríamos de saber qual o lugar que você mais gostou de competir no Brasil e fora do país?
Uri Valadão: O lugar que mais gostei de competir no Brasil foi Fernando de Noronha. Só competi uma vez lá, mas já vou a bastante tempo e sempre é uma experiência maravilhosa. É realmente um lugar mágico e sensacional. Fora do país, eu gosto muito das Ilhas Canárias de uma maneira em geral, sempre tive uma afinidade muito grande com aquele lugar . Adorei competir em El Confital e El Frontón, que é uma onda na qual eu tinha muito medo, mas depois eu transformei aquele medo em prazer. Hoje em dia, é uma onda na qual eu acho muito boa de surfar e tenho um respeito muito grande.
No free surf, tem algum lugar especial que você indica ao redor do mundo?
Uri Valadão: Para uma Surf Trip, Canárias também é um lugar sensacional para treinar, pegar boas ondas, sem dúvidas um dos lugares mais fantásticos que tem. Além do mais, tem diversas ilhas que tem várias ondas perfeitas. Eu só conheço uma, mas tenho muita vontade de explorar outras ilhas que sei que tem altas ondas. É um lugar realmente especial para bodyboarding.
O que não pode faltar em uma Surf Trip?
Uri Valadão: Bodyboard, Pé de Pato Kpaloa rs, strep, protetor solar e uma câmera para registrar os bons momentos.
Você é um excelente atleta em qualquer condição de mar e é também um competidor nato. Com certeza suas trips tem o foco voltado muito mais para as competições, mas sabemos que muitas delas podem se estender para treinos intensos. Que tipo de onda você gosta de treinar fora das competições? Destaque essa onda para nós.
Uri Valadão: Realmente sou um competidor nato, tenho a competição no sangue, obviamente eu viajo muito mais para campeonato por conta das condições, às vezes fico tanto tempo viajando que acabo colocando todo meu investimento nelas, mas gosto muito do free surf também e agora estou começando a experimentar um pouco mais isso, quero realizar sonhos de conhecer alguns lugares. Os tipos de ondas que eu gosto, são ondas que eu sei que eu tenho que evoluir cada vez mais, que preciso focar e treinar muito, como ondas pesadas, desafiadoras, fundo de pedra, ondas que eu não tenha com a mesma frequência no Brasil. Eu sempre priorizo treinar nessas condições para eu aperfeiçoar e completar meu surf.
Sua manobra preferida?
Uri Valadão: 360 aéreo, acho essa manobra muito plástica e bonita no bodyboarding.
Dentre tantas aventuras e lugares explorados, também passamos por diversas “furadas”, nos conte alguma (s) que foi marcante.
Uri Valadão: Realmente quando viajamos, passamos por vários perrengues que as pessoas nem imaginam. Um momento que ficou marcado pra mim, foi no Havaí, em Honolua Bay, quando estávamos em um grupo de brasileiros, sem muita grana, hospedagem muito cara, tínhamos pouco tempo, estava tão cansado que decidi dormir no banco de trás do carro, que era muito pequeno, estava muito frio, vidro fechado, dormi espremido, muito mal, encolhido sem conseguir esticar as pernas (e assim foram por duas noites) depois fui competir todo quebrado, cansado , não consegui desenvolver realmente muito bem, isso foi só uma, fora os mil perrengues que passamos para viajar, dormir no aeroporto, vôo atrasado e por aí vai….
Momento importante na sua carreira?
Uri Valadão: O mais importante sem dúvida, foi em 2008 quando eu me consagrei Campeão Mundial nas Ilhas Canárias, em El Frontón, na última etapa. Realmente foi um dia muito especial e marcante pra mim.
Planos para 2019?
Uri Valadão: Para esse ano, estou muito focado nos treinos, estou com acompanhamento de uma equipe muito boa, cuidando mais da alimentação, do corpo, mais focado que nunca para fazer um bom ano e disputar o título Mundial e Brasileiro. Estou visualizando essa meta rs…Também estou focado na minha loja, UV STORE e também na minha escolinha que está bombando e estamos fazendo um trabalho espetacular. Estou acreditando muito nesse projeto.
Como você enxerga a nova geração brasileira do bodyboarding?
Uri Valadão: Temos vários estados que sempre surgem novos talentos, impressionante como o Brasil produz muita gente boa no esporte. Obviamente que muitos não vão para frente por conta de condições, da dificuldade que realmente o esporte oferece, isso é um fato que dificulta e eu compreendo. Acho que a nova geração já teve momentos melhores, na minha época por exemplo, tínhamos um circuito brasileiro e mundial muito sólido e claro isso tudo reflete na quantidade de bodyboarders surfando, competindo e na quantidade de novos talentos acreditando em viver do esporte, então muita coisa é consequência do momento atual.
Apesar de estar em um momento bem diferente, eu fico feliz de ver um resultado bacana, um projeto novo promissor de CBRASB, dando continuidade esse ano. Acho que tem um grupo ali muito bacana que trabalha com vontade, faz o que gosta, trabalha pelo esporte que ama. E a gente está dando total apoio a essa galera. É muito importante a gente cuidar e organizar a nossa casa, que é o nosso país. Cada um de nós tem que pensar nos nossos estados, organizar e o circuito brasileiro precisa estar de pé, isso vai ser muito importante para manter essa nova geração motivada, treinando firme para tentar representar a gente no futuro.
Encerramos nosso papo com o grande atleta Kpaloa Team Uri Valadão, espero que tenham curtido. Fiquem ligados em nossa coluna aqui no ALOHA KPALOA e não perca as próximas aventuras!
