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Lembranças da Indonésia com Tati Puccinelli

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Uma onda longa, um tubo profundo, um slab afiado, a rampa perfeita para manobrar… A busca por momentos inesquecíveis no mar não para! Essa semana a Kpaloa recebeu o relato de belas memórias na Indonésia de uma grande atleta freesurfer de bodyboarding.

“Meu nome é Tatiana Puccinelli, sou natural de Curitiba, nasci na capital, mas fui feita no litoral, mais precisamente na casa de praia do meu avô em Matinhos. O bodyboarding entrou na minha vida como brincadeira no final dos anos 80 quando o esporte se tornou a febre do verão. Minha mãe comprou um Morey Mach 77 que foi a minha primeira prancha. Brincando e me divertindo, comecei a aprender a pegar ondas nas direitas do Pico de Matinhos. E 30 anos se passaram, uma vida toda dedicada a viagens pelo mundo sempre em busca da onda perfeita.

Fazendo uma retrospectiva, vejo um filme repleto de flashbacks dos melhores momentos, aqueles que ficam para sempre na memória, que fazem a vida valer a pena, pois o que se leva dessa vida é a vida que se leva. De imediato o que me veio à mente foi a minha primeira vez na Indonésia em 1999, que foram dois meses impressionantes. Como era diferente de hoje em dia, em Bali tinha pouca gente, quase nada construído em relação ao que é hoje, mal tinha estradas. Foi o primeiro ano que deu pra ir pra Desert Point de carro, mas era uma aventura porque não tinha estrada bem definida. Em compensação altas ondas sem ninguém, só a galera na barca no mar perfeito, mas o que mais marcou nessa trip foram as 2 semanas em Gland no Bob Surf Camp.

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Fiquei num bangalô suspenso de frente para aquela bancada de corais gigantesca, que com certeza é a maior e a mais linda que já vi na maré seca. As ondas eram espetaculares, várias sessões e pra finalizar vinha Speeds o tubo final lá embaixo, swell bombando com direito a eclipse total da lua. Felipe Dantas, meu namorado há 20 anos, é de Natal (Rio Grande do Nortes) e juntos já viajamos muito.

Também já fizemos camping selvagem em Sumbawa, onde ficamos 4 meses acampando em frente a Super Sucks, a esquerda mais irada que já peguei. Muito potente, rápida, perfeita e longa, tão longa que você percorre mais de 300 metros de tubo só no trilho, realmente impressionante. A baía é lindíssima com um jardim submarino de corais multicoloridos em águas cristalinas, onde todos as manhãs eu praticava SUP Yoga, mergulho de apneia com tartarugas e uma infinidade de peixes diferentes. Até que na última semana fui com dois amigos mergulhar bem no Pico de Super Sucks em um dia flat e então demos de cara com o verdadeiro local, um tubarão tigre enorme que ficou nadando em círculos à nossa volta.Também dei de cara com um lagarto gigante na beira do rio, era tipo primo do dragão de komodo, fora os javalis e cobras que vimos por lá, realmente selvagem.

Teve uma vez em 2008 que ficamos 2 meses só em Nias surfando as melhores direitas da vida antes do crowd. E quando fomos bater lá no quilômetro zero da Indonésia, onde o Tsunami cruzou de ponta a ponta em 2004, descobrimos o E-Frame um slab para os dois lados, direitas e esquerdas perfeitas para bodyboarding. Íamos passar 15 dias, mas estava tão bom que ficamos 3 meses. O Nobu, fotógrafo profissional japonês, estava lá e registrou uma sequência de um tubo incrível que peguei, guardado no HD.

E nessa última agora que fomos passar um tempo em Bali em 2015 e estava tudo tão maravilhoso na Ilha dos Deuses, que quando vimos já estávamos em 2020…

Pense na quantidade de ondas perfeitas que deu pra pegar em 5 anos de Indonésia. Será que deu pra fazer a cabeça?! Posso garantir que foram os 5 anos que mais surfamos na vida.

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Nossa base na Indonésia é Bali, a Ilha dos Deuses, onde morávamos em uma casa pertinho de Green Bowl, que é uma das praias mais lindas da ilha na minha opinião, sua escadaria de 250 degraus rodeada por mata nativa é apenas o aquecimento nesse pico alucinante, que tem uma esquerda muito boa na maré seca, um canal no meio e uma direta com tubos perfeitos do outro lado do canal.

Há uma outra praia que tem uma escadaria maior ainda. São 500 degraus descendo a falésia até a praia, um lugar mágico que você vai descendo a escada passando por um túnel de Frangipanis, com flores cheirosas tradicionais da ilha. E lá embaixo chega num gramadão cheio de vaquinhas pastando, mas quando você vê a série bombando, é só correr pra água porque é diversão garantida.

Aliás, sempre gostamos de surfar nas praias menos conhecidas, para que se aglomerar só em Uluwatu e Padang, onde concentra todo o crowd, quando se mora numa ilha com 300 opções de surfe?

Pegamos vários AirPort Rights clássicos, uma direita que tem que ir de barquinho, mas um dos mares mais irados que pegamos foi um swell enorme que rolou em Nusa Dua. Foi muita remada, mas valeu demais porque as ondas estavam havaianas, uma direita de 250 metros de distância com sessões de tubos no inside e sempre remando contra a correnteza pra voltar pro pico.

Realmente foram anos magníficos, viajamos de Nias pra Telos de barco, uma aventura no oceano. Em Mentawaii ficamos em E-bay caminhando por trilhas na mata pra surfar outras ondas pela ilha.

Enfim, esses foram alguns flashbacks dos meus melhores momentos na Indonésia como atleta freesurfer.

Em relação a competição, já competi, mas não fui campeã, nem conquistei nenhum título. Isso eu deixei para os meus ídolos campeões mundiais brasileiros maravilhosos que me inspiraram a continuar praticando bodyboarding até hoje.

Enfim, o melhor de ter participado das competições foi conhecer a galera do bodyboarding, fazer amizades e evoluir assistindo os melhores, porque na real, nunca quis ser melhor do que ninguém, afinal aprendi que nossa verdadeira missão na Terra é ter experiências para evoluir o espírito, amar e ser feliz… Então não deixei que o ego me dominasse, parei de dar murro em ponta de faca e parei de correr atrás de campeonatos.

Foquei em sair pelo mundo sempre em busca da onda perfeita. E pude encontrar várias na Indonésia!”

Kpaloa, indústria brasileira especializada em nadadeiras de alta performance, com responsabilidade social e amiga do meio ambiente!

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Team Kpaloa

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