HIGH POWER PROPULSION

João Foca: o primeiro bodysurfer a dropar a Avalanche

João foca Bodysurfer Kpaloa Team

Em Junho, o atleta do time Kpaloa e campeão do KPALOA BRASILEIRO DE BODYSURF 2019 fez história. Ao surfar a Avalanche, uma das ondas mais pesadas do Brasil, Foca elevou o nível do bodysurf e mostrou que é possível sim surfar ondas maiores apenas com um par de nadadeiras.

Qual foi a sensação ao dropar Avalanche?

Foi uma sensação de muito receio, medo e respeito por aquela onda imensa, uma massa d’água com muito volume e força, chego a dizer que foi tenebroso.

Quantas ondas você conseguiu surfar nessa primeira vez?

Eu consegui dropar duas ondas, a primeira um pouco maior e a segunda menor. Com apoio dos amigos, Paulo Roberto e a galera do NXF Bodyboard, um grupo de bodyboarders pioneiro em slabs aqui do estado, me dando várias dicas e energia positiva, eles foram me direcionando no pico. Deixei passar uma onda que poderia ter sido a melhor, porém o receio era grande. As ondas estavam inexplicavelmente bizarras, até que veio uma abrindo bastante, com uma rabeta legal. Consegui dropar até o fim, até a zona segura, onde estava a galera registrando. Porém até o momento, nenhum vídeo maker se pronunciou de ter filmado a onda. Na segunda onda, foi onde aconteceu o perigo. Antes de dropar, o amigo do bodyboarder, Breno Kuster, disse que achava que estava vindo uma de trás. Mas como a onda era legal e menor que as que estavam vindo, eu dropei e foi essa que registraram em foto. Porém, a onda me deixou no meio do caminho, quase me dragando. Não sei qual foi a pior situação, se foi ter quase sido dragado no drop ou na hora de voltar ao pico, onde me deparei com uma da série já quebrando. O Bernardo Nassar tinha passado de moto aquática puxando o André Majevscki no Town-in, esfarelando um pouco a onda. Eu remei forte e bati muito a perna. Na hora de mergulhar, devido ao esforço, engoli muita água e subi sem ar, sentindo a força tremenda da onda me puxando de volta. Mas graças a Deus e ao equipamento, treinamento de pernada com o Kpaloa Tritão, consegui me desvencilhar de ser dragado.

O que você pode dizer sobre essa onda em termos de qualidade, riscos e etc?

Certamente para o Town-in, essa onda é uma das melhores. Para os big riders é um prato cheio, onda muito tubular, com muita pressão, tubos com ótima formação. O risco creio que seja o erro na hora do drop ou tomar ela na cabeça na hora de voltar de uma onda anterior, ser jogado no fundo. Acho que a bancada em si não chega ser tão perigosa, mas o tempo de imersão sim.

Falando especificamente do bodysurf, qual é o maior risco para quem surfa de peito essa onda?

Com certeza a “vaca”. Dropar essa onda errado e ser arremessado lá de cima causaria uma imersão muito demorada pelo impacto e força dessa onda. Mesmo os atletas que estavam lá usando coletes e flutuadores em suas roupas de borracha, demoravam muito para subir do caldo. Em outras palavras, nós atletas de bodysurf seríamos muito mais castigados, pois o uso de algum tipo de colete, atrapalharia o drop em si. Também há o risco de tomar uma série de ondas na cabeça. Aliás, foi um perrengue ter dropado uma das primeiras ondas e ter que mergulhar na de trás já quebrando. Mas graças a muita pernada e com a ajuda do Kpaloa Tritão, estou agradecido por poder estar relatando isso para vocês.

O que falar sobre bodysurfers que desbravam slabs poderosos como Avalanche?

Dropar um slab como este no peito, na remada, mostra o grau de dificuldade e progressividade do nosso esporte. Ajuda a mostrar que não é apenas uma brincadeira, que mesmo sendo considerado um esporte amador, temos grandes nomes representando essa modalidade tão amada com profissionalismo. Dropar slabs, ondas grandes, mares complexos e diferentes, agrega valores ao bodysurf, aumentando nossa visibilidade e respeito perante as demais modalidades de surf.

Qual é o seu próximo desafio em relação a essa onda? Pretende voltar e surfar novamente?

Quero poder surfar essa onda menor e mais perfeita, não sou surfista de ondas gigantes. Mas foi uma experiência única já chegar e dropar nessas condições, aliás podemos considerar sorte não ter acontecido algo grave. Quero poder experimentar ondas menores e intermediárias para me acostumar com o drop. Também quero poder surfar outros slabs, temos vários aqui no Espírito Santo. Isso pode aumentar a minha confiança e conhecimento, pois é um tipo de onda totalmente diferente de fundos de pedra e beach break.

Share on facebook
Facebook
Share on pinterest
Pinterest
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Team Kpaloa

Team Kpaloa

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *