Trabalhando integralmente com fotografia desde 2016, Eduardo Hiroshi já tem muita experiência para compartilhar. Nesta semana, o fotógrafo parceiro da Kpaloa deu diversas dicas de fotografias de ação e detalhes sobre a sua rotina profissional.
Você começou fotografando da areia, certo? E depois você decidiu partir para o mar?
Sim, comecei fotografando da areia. Por questões financeiras a ideia de ter uma caixa estanque estava bem distante. Apesar de fazer muito bem estar próximo do mar, além de encontrar e conhecer a galera do surf, ainda sentia que faltava algo. Lembro que em um final de semana, comecei a fazer as contas, vender coisas que não estava utilizando e entrei em contato com o Senhor Ivan. Então acabei encomendando uma caixa estanque. Depois disso, acredito que dá para contar nos dedos as vezes que fotografei da areia (isso depois de 5 anos). Na primeira vez que a minha caixa foi para manutenção, percebi que uma caixa estanque não era o suficiente, pois a vontade de estar no mar era mais que tudo. Então comprei minha segunda caixa! A sensação de estar no mar, junto aos desafios, o fato de estar em movimento junto à natureza, é uma das coisas que me inspira a fotografar na água.
Uma vez no mar, quais as principais dicas para quem está começando?
Tenha coragem em todos os sentidos, e claro, domine o seu equipamento.
Existem diversas lentes para fotografia de surf. Como saber qual lente usar e o que diferencia uma da outra?
Isso varia o que fotógrafo está querendo produzir. Basicamente utilizamos as lentes grandes angulares nas fotografias de tubos, paisagens ou com a ideia de distorcer algum ponto da imagem. Mas não existe uma regra. Já as lentes objetivas, com distâncias focais de 35mm, 50mm, 70mm, utilizamos para captar as manobras. Também são utilizadas as lentes teleobjetivas, geralmente em dias de campeonatos e mantendo uma certa distância para não interferir na performance dos surfistas. Nos dias que faço as sessões fotográficas do freesurf, utilizo uma 50mm pelo fato de conseguir cobrir maior área de captação e ainda assim estar posicionado quando o surfista está na onda. No fim, a utilização das lentes irá depender das condições do mar, do pico que irá fotografar e do que está querendo produzir. O que vale são os testes e a experiência de cada fotógrafo com cada lente.
Falando sobre posicionamento, como escolher o melhor para o registro? Ficar no crítico ou em outro ponto?
Faz parte do fotógrafo saber sobre a leitura da onda, como a bancada e a maré estão funcionando, se existe correnteza no pico. Também é importante estar atento aos surfistas, quem está melhor posicionado ou mais atento em pegar as melhores ondas. O fato de estar no ponto crítico, chamada de “zona do agrião”, é o ideal para captar as manobras ou o melhor momento do tubo, pois um metro pode fazer muita diferença no registro.
Você comentou sobre a correnteza ser um fator de influência na hora de se posicionar no pico. O uso da nadadeira acaba reduzindo o desgaste que o fotógrafo teria caso fosse pego por uma corrente?
Sim, com certeza! Em dias com ondas grandes, tenho utilizado o Kpaloa Tritão. Essa nadadeira me ajuda bastante nos deslocamentos, seja para me posicionar ou sair da correnteza, me deixando em segurança.
Você já se machucou alguma vez fotografando? Se sim, como foi?
Ainda não. Mas já aconteceu de dar uma trombada com alguns surfistas, mas sem machucar ninguém. Fato importante que deve ser lembrado para os fotógrafos aquáticos é sobre chegar no limite da distância, mas sem atrapalhar os surfistas.
E de que forma podemos evitar acidentes na fotografia de surf?
Mesmo em praias com fundo de areia, acidentes podem ocorrer. Proteger a caixa estanque de impactos e também contra os riscos no front da caixa é algo muito importante. Em relação ao risco de se machucar ou machucar outras pessoas que estão à sua volta, é importante respeitar os limites; seja por estar muito próximo dos surfistas ou por estar em uma situação de desconforto em relação às condições do mar. Reforçando que os equipamentos de segurança sempre serão a melhor escolha, como o uso de capacete. Caso não tenha o capacete, ao emergir sempre coloque o braço sobre a cabeça e deixe o corpo boiar até chegar à superfície.
Para finalizar, quais os picos que você não vê a hora de preparar seus equipamentos e partir para fotografar dentro d’água?
Existem vários picos dos sonhos, com foco e planejamento quem sabe um dia chego no Hawaii. Porém, a realidade de hoje é estar presente em dias clássicos das praias que eu tenho frequentado como Maresias.