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Desafios na pororoca: entrevista com a bodyboarder Alexandra Ereiro

kpaloa xandinha pororoca onda 1

Recentemente, a bodyboarder profissional Alexandra Ereiro, a Xandinha, se desafiou mais uma vez na pororoca. A atleta que representa o estado do Pará e a Kpaloa, contou todos os detalhes sobre essa aventura!

Como foi surfar a pororoca deste ano?

A pororoca do Rio Mearim Maranhão é a pororoca que eu tenho mais trips. Surfo ela  desde 2011 e durante este tempo tenho quase 20 viagens para lá. É uma onda que eu gosto muito devido às bancadas que fazem com que a onda venha perfeita. Além da espumeira que é normal, essa onda forma uma linda parede tubular. Tudo fica perfeito com a natureza exuberante, a fauna incrível, muito surf e a cultura arariense também.

kpaloa xandinha pororoca onda 1

Você ficou alguns dias lá, certo? Como estavam as condições? Tinha muita gente surfando?

Eu fui no início de março, era Lua cheia e a onda veio linda, linda, linda. Nos dois primeiros dias choveu muito, inclusive deu problema na câmera. O rio estava um pouco mexido e a onda menor. No terceiro e quarto dia de trip a onda veio muito boa. No último dia surfei todas as bancadas, até a onda antes do paredão da morte que foi uma direita que parecia não ter fim. Depois peguei uma esquerda muito perfeita no paredão. Tinham muitos surfistas, principalmente de longboard, eu era a única bodyboarder nessa bancada. E tive a sorte de dividir a onda com apenas dois surfistas por alguns bons minutos para a esquerda. Então todos perderam a onda e ficaram apenas nos três. Depois eu saí, peguei o resgate e fomos direto para o retão do testa, onde ela abriu linda e mais uma vez a sorte veio. Todos perderam a onda, com exceção de um surfista, com quem dividi uma direita por um bom tempo nela. Apenas nós dois. Mas o paredão da morte foi animal!! Não esperava surfar aquela onda tão perfeita, soprando um vento terral. Os melhores momentos ficaram na minha alma, na minha memória. Valeu muito a pena!!

kpaloa xandinha pororoca onda 5

Teve algum desafio em especial essa pororoca?

Desafio sempre temos durante a caçada, mas foi tudo muito tranquilo graças a Deus. Ninguém se machucou, todos surfaram bem.

Qual o sentimento antes da pororoca vir? O que vem à mente?

O sentimento é de muita gratidão por estar no local, do tipo “caramba vou surfar a pororoca mais uma vez, que maravilha, obrigada Deus por tudo”. E a adrenalina sempre vem né, isso não tem como não sentir.

E como funciona o resgate?

O resgate funciona em uma banana boat com o jet. É super seguro. A gente vai na banana e espera a onda aparecer. Depois que todos se jogam no rio, o piloto volta para ficar atrás da pororoca e resgatar quem for saindo da onda. A gente faz sinal com a prancha balançando para cima para o resgate não ser muito demorado. E é sempre bom surfar com uma lycra com cores fortes para o resgate localizar de longe.

Tem ideia de quanto tempo surfou a mesma onda?

Então… dessa vez eu não levei o meu relógio, mas tenho certeza que surfei aproximadamente 7 a 8 minutos no paredão da morte e no retão do testa também.

E para lidar com isso tudo, você fez alguma preparação especial?

Eu vinha me preparando desde outubro do ano passado, quando fui para o Rio de Janeiro. E de lá pra cá entrei na academia e fiquei treinando muito braço e perna. Eu ia também para Salina para treinar no início do inverno amazônico, na praia do maçarico e atalaia. Porque é preciso ter preparo, é uma onda com uma espuma muito muito forte. É tão forte que se você parar em um banco de areia no meio do rio com um palmo você não consegue ficar em pé de tão forte que é a lama na bancada de areia.

kpaloa xandinha pororoca onda 6

Quanto ao equipamento, o que você pode falar sobre o pé de pato Kpaloa? Como ele te ajuda na pororoca?

Com certeza a Kpaloa é um dos acessórios mais importantes porque me dá velocidade, propulsão e fluidez. Esses três são essenciais para desempenhar bem na pororoca. Sem isso não conseguiria surfar e muito menos permanecer por tanto tempo na mesma onda.

Para finalizar, você pensa em surfar alguma pororoca fora do Brasil?

Penso sim. Meu sonho é surfar todas as pororocas fora do Brasil. As que eu quero muito a princípio são a da Indonésia e a da China!

Entrevista realizada por Parada Leticia

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Team Kpaloa

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