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Bate-papo com Rayza Silveira, Kpaloa Team!

onda surfada indonésia rayza kpaloa team

Neste semana vamos saber mais sobre Rayza Silveira, pentacampeã Niteroiense, que revelou que o mar sempre se fez presente em sua vida.

Quando e como você começou a surfar?

Comecei a surfar com 10 anos de idade, hoje tenho 29. Eu pegava uma prancha de bodyboarding do meu avô e surfava em pé nela. Logo depois descobri que perto da minha casa existia uma escolinha de surf e acabou que meu pai me incentivou a participar das aulas. Ali descobri o meu amor pelo surf.

Todo mundo que ama surfar tem as mais diversas razões para compartilhar as ondas. Quais são as suas?

Bem, eu tenho motivos diferentes para cada etapa da vida. Fui atleta durante 8 anos e naquela época o que me fazia surfar cada vez mais eram meus objetivos nas competições. Depois abandonei as competições por ficar sem patrocínio e decidi cursar faculdade de Educação Física. Eu tinha o sonho de ter a minha própria escolinha de surf. Nessa etapa da vida eu surfava por saúde e por amor. Hoje já formada e realizada com a minha escola de surf funcionando, eu surfo para relaxar e para me sentir viva. Eu costumo dizer que vivo para surfar e surfo para viver. Seja no surf ou no bodysurf, com prancha ou sem prancha, eu amo estar no mar.

onda surfada indonésia rayza kpaloa team

Que legal a sua trajetória e como as coisas foram caminhando de forma tão fluida! Fiquei curiosa para saber como entrou no mundo das competições.

Então, quando eu ainda estava na escolinha de surf, o professor viu potencial em mim e, junto com meu pai, me levou para uma competição amadora. Para ser sincera, eu ainda não sabia o que estava fazendo ali. Até que fui vice-campeã e logo de cara, na minha primeira competição. Por sinal, eu estava usando uma prancha velha e toda furada. Mas com o resultado ganhei patrocínio de um shaper e também de uma marca de roupas femininas.

Falando assim parece que a vida de atleta é fácil né? Há muitas pessoas que acreditam que basta conquistar um resultado positivo e um mundo de oportunidades se abrirá. Mas não é assim que as coisas funcionam, não é mesmo? O que você pode falar sobre isso?

A minha experiência fala por si só. Fiquei deslumbrada com o mundo competitivo do surf e assim me dediquei totalmente. Até ser pentacampeã de Niterói e ter destaque em muitas competições. Virei atleta profissional e infelizmente quando comecei a ter bons resultados, resultados expressivos mesmo, perdi o patrocínio principal que tinha. Por isso não tive condições de arcar com os custos das competições e pouco a pouco fui parando. Precisei abandonar minha carreira de atleta.

Sendo mulher e tão nova, é muito bacana saber que você tem uma escola de surf. De onde veio a ideia de ter uma? Me conta como foi e como está sendo esse processo.

Comecei sozinha, com uma prancha emprestada e apenas uma aluna. Fui juntando dinheiro e investindo em pranchas novas, sempre me dedicando de corpo e alma em cada aula e fazendo o meu melhor para cada aluno que chegava. Fui crescendo a ponto de ter uma base móvel na praia. Nesse período precisei de mais uma pessoa para me ajudar e conforme o negócio foi crescendo, consegui alugar um espaço na praia e montar uma sede da escola. Com o espaço físico formado e o reconhecimento do meu trabalho, hoje minha escola é uma das melhores de Niterói. Inclusive, sou a única professora de surf em Niterói. As outras escolas são lideradas por homens.

escolinha rayza kpaloa team

Aproveitando esse gancho, como você vê as mulheres dentro desse contexto de esporte de ondas?

Vejo as mulheres em uma das etapas mais importantes para os esportes em geral. Lutando por equidade. Ainda não chegamos lá, mas estamos no caminho. Quando eu competia os valores das premiações dos homens eram 3 vezes maiores. Atualmente em algumas competições já existe a premiação igualitária. A discriminação e machismo infelizmente ainda existem muito no mar, principalmente se você é a única mulher na água. Mas eu não costumo ficar triste, bato de frente com argumentos e ideias de igual para igual. Já passei por MUITO preconceito, mas nunca abaixei a cabeça e foi assim que conquistei tudo o que possuo.

Ano passado tivemos o Kpaloa Brasileiro de Bodysurf (KBB), um evento histórico para o nosso esporte. Fala um pouco sobre a sua experiência nesse circuito nacional.

Eu fiquei em 3º no ranking porque não consegui estar presente nas 5 etapas. Competi apenas em 2 etapas e ganhei ambas, em Itacoatiara e Saquarema. Acredito que com a realização de competições de alto nível, bem estruturadas como foi o KBB, o bodysurf só tem a ganhar mais força e mais visibilidade. Em Niterói temos, por enquanto, apenas 4 meninas praticando bodysurf. Mas há muitos homens e quando tem campeonato, sempre bomba!

onda surfada itacoatiara 2 rayza kpaloa team

Deixa uma mensagem final para convencer as pessoas a praticarem bodysurf. Chama a galera para o mar!

Comecei a pegar onda de bodysurf dando aula de surf. Eu entrava na água com o pé de pato para ajudar os alunos e normalmente precisava sair e entrar no mar com frequência. Então o motivo número 1 que me fez querer aprender o bodysurf foi o ganho de autonomia no mar para entrar e sair a hora que eu quisesse. O bodysurf é a forma mais pura de surfar e o contato mais próximo da natureza, além de ser uma das melhores maneiras de se preparar fisicamente. Por isso eu acho que todo mundo deveria experimentar essa modalidade um dia! 

Pé de pato favorito: Sem dúvida é o Kpaloa Original.

Onda preferida: Padang (Indonésia) porque o que senti surfando essa onda nunca saiu do meu coração e da minha mente.

Onda que deseja surfar um dia? Mentawai pela perfeição e por ser ideal para o surf e bodysurf.

Inspirações no mar? Bethany Hamilton e Silvana Lima. A Bethany faz milagres surfando sem um braço e a história dela é de impressionar. A Silvana é garra! Paraibana que conseguiu tudo com as próprias pernas, vencendo todo preconceito e respondendo com surf no pé e atitude de mulher forte.

Conte um perrengue que você passou no mar: Bati com as costas no fundo de corais em Bali. Levantei desnorteada e dei de cara com a série. Na cabeça a maior preocupação era de não poder surfar os outros dias. Mas graças a Deus deu tudo certo.

 

Matéria por Parada Letícia

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Team Kpaloa

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