HIGH POWER PROPULSION

Henrique Pistilli, o Homem Peixe, conta o perrengue que passou em Waimea!

Henrique Pistilli Homem Peixe Kpaloa team

Henrique Pistilli, mais conhecido como Homem Peixe, é um ícone do bodysurf que impressiona o mundo sempre que vai ao mar surfar ondas grandes apenas com o auxílio da nadadeira. Mas o que as pessoas não imaginam é que experiências intensas no mar já aconteceram com o integrante do Kpaloa Team. Nessa semana, Henrique relembra o perrengue que passou em Waimea, no Havaí.

“Um dos dias mais intensos da minha vida foi no Hawaii em minha 12ª temporada por lá, em Waimea Bay, palco do mais tradicional campeonato mundial de ondas grandes, o Eddie Aikau, onde somente lendas do surf são convidados, como o brasileiro e amigo Carlos Burle. Entrei em um dia comum para surfar em Pinballs, inside de Waimea, com 10-12 pés havaianos.

O outside crowdeado quebrava com 15 pés. Grande e forte. Até aí estava sozinho e me divertindo bastante, quando uma série forte surgiu com 18-20 pés e varreu todos os big riders do outside. Depois de vê-los pulando de suas pranchas e tomando na cabeça, foquei a atenção na espuma que vinha em minha direção que saltava com velocidade na altura de um poste.

Na primeira onda mergulhei fundo, adrenalizado e tudo escureceu. Senti fraqueza no corpo e quase entrei em estado de pânico. Em questão de segundos, túneis surgiam como clarões que me guiaram à superfície. Foram três respirações profundas e agitadas até o próximo espumeiro. Pensei em não afundar devido a respiração ofegante e sensação de exaustão, mas minha mente racional rapidamente alertou que dessa forma poderia me afogar. Lá fui eu, confiando na vida e segurando o fôlego nas unhas, mergulhei fundo, tudo escuro por dez segundos, depois túnel e superfície. E lá vinha a terceira onda, menor, eu já mais perto do canal, mas que deu tempo de só uma inspiração. Mergulhei, passei, passou!!

Meu corpo trêmulo, boiando, respirando com a barriga, agradecendo por estar vivo, relaxamento e encontro com Deus. Voltei para a praia nadando de forma regenerativa, bem lento e fluindo com as correntes para me acalmar e vitalizar. Deitei na areia e fiquei uma hora deitado, respirando, olhando pro céu, sentindo, nem tirei as nadadeiras, um estado de gratidão meio catatônico. O filme da experiência intensa se repetia na minha alma.

Neste momento percebi que poderia sair traumatizado, nunca mais querendo entrar no mar. Temor extremo. Mas decidi olhar, olhar, revisitar cada fato, cada ação e reação, cada sentimento. Compreendi que bastavam mais 5 segundos para descer mais fundo, mais 5 segundos para deslizar para frente e mais 5 pra subir. Nada de outro mundo.

No dia seguinte voltei, o mar tinha subido, 20 a 25 pés, fui até o outside. Não peguei ondas, mas pude experimentar o maior e mais divertido mar da vida, aquela adrenalina IMUA, que te leva pra frente com coragem.

Fica a reflexão: suas experiências intensas no mar vão te traumatizar ou te capacitar? Prefiro ficar com a segunda opção. Aloha!”

Henrique Pistilli Homem Peixe Kpaloa team

Share on facebook
Facebook
Share on pinterest
Pinterest
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Team Kpaloa

Team Kpaloa

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *