Surfar de Dropknee exige muita dedicação. Um estilo baseado nas trocas de bordas onde você tem que manter o controle e a projeção na onda sem o auxílio das quilhas. Este estilo foi criado no início dos anos 80 pelo havaiano Jack Lindholm, local de Pipeline. Alguns anos depois, a modalidade que sempre foi muito praticada entre os gringos, se difundiu ao redor do mundo. E por décadas o estilo era destaque nas capas, pôsteres e matérias das maiores revistas. Os atletas adeptos da arte do DK, como assim é conhecido o Dropknee, sempre tiveram grande incentivo para continuar praticando, sendo que cada vez mais a radicalidade se fazia presente nas manobras. Tudo isso com muito apoio da mídia e patrocinadores. Os DK riders produziam imagens de ação que eram publicadas nas revistas e dessa forma divulgavam seus equipamentos, dando retorno para os patrocinadores.
No Brasil, a modalidade começou alguns anos depois, se desenvolvendo lentamente entre os anos 80 e 90 com baixo número de praticantes e sem muita atenção da mídia. Após este período, surgiu uma geração de DK riders que também competia no Circuito Brasileiro da época e que fazia um trabalho de base difundindo o estilo no país. Estes mesmos atletas trouxeram forte influência para a geração seguinte que colocou o país no cenário mundial com aparições em revistas e veículos digitais das principais mídias internacionais, as quais publicaram fotos de atletas brasileiros em destaques. Isso foi um grande marco, pois ficou claro que o estilo no Brasil havia se consolidado a ponto de três atletas representarem o país no Circuito Mundial de DK: Daniel Alves, Guido Nascimento e Marcelo Gomes, integrante do Kpaloa Team.
E se você já deu os primeiros passos no DK e já sabe colocar a base na prancha, se liga nas dicas do Marcelo que vão te ajudar a desenvolver e aprimorar no estilo:
- Procure colocar uma base que te garanta apoio e estabilidade maior. O joelho de trás deverá ficar posicionado rente a borda, abaixo do boardwide — parte mais larga no meio da prancha entre as duas bordas — com o pé de trás apoiado na parte de fora da rabeta e o pé dianteiro posicionado rente a borda acima do boardwide. Assim que acomodar a base em cima da sua prancha, uma boa dica para garantir projeção na onda é rotacionar o pé da frente um pouco para dentro facilitando assim o controle no tubo.
- Após a base definida, sua nadadeira do pé de trás naturalmente deverá funcionar como uma quilha ajudando na projeção e controle do corte na onda. E outro fator que define o êxito do controle em um tubo é o peso do corpo e do joelho que está apoiado rente a borda.
- Na hora do drop use o peso do corpo para trás evitando o risco de entrar de bico e cair, diferentemente de quando estiver entubando onde você pode inclinar seu corpo sutilmente para frente ajudando a projetar sua prancha com mais velocidade na onda.
- Mesmo que você tenha dificuldade no início em manter o controle da prancha no corte da onda, não use as mãos para tentar puxar pela borda e se manter na linha. Pratique o estilo e se desenvolva na arte do Dropknee da maneira certa, pois o DK tradicional não tem quilhas sendo então um jogo de bordas e projeção de corpo.
- Vale a pena assistir o filme Fu Man Chu, uma espécie de livro sagrado para os praticantes da arte do Dropknee: https://www.youtube.com/watch?v=I5_Mm5EUHWc
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É isso! Agora é colocar as dicas na prática e treinar forte para aprimorar o estilo!
Escrito por Parada Letícia