Desde 1983, o ano de fundação da Kpaloa, sempre buscamos valorizar o trabalho dos fotógrafos não apenas em datas comemorativas, mas a todo momento. Nesta semana, entrevistamos o fotógrafo Ricardo Índio para conhecermos mais sobre o seu trabalho e sua jornada no universo da fotografia.
Como você conheceu a fotografia? De imediato já se tornou a sua profissão ou foi algo que começou apenas como um hobby?
Meu primeiro contato com a fotografia foi aos 16 anos, assim que comecei a surfar. Eu cresci em Copacabana, no posto 5, e tinha um grande amigo que já tinha máquina profissional na época. Ele queria fotos e eu queria aprender a fotografar, então ele deixava a câmera comigo, uma canon analógica e eu fazia as fotos dele e da galera surfando. Me apaixonei de cara pela fotografia, mas a vida me levou para outros caminhos e só comecei a fotografar profissionalmente em 2007 quando comecei a estudar fotografia. Fazia fotos de futebol para um clube do Rio, eventos e também fotos de surfe de fora d’água. Comprei minha primeira caixa estanque com o incentivo de um grande amigo e fotógrafo, Marcelo Piu, e aí não quis mais sair da água.
Fotografia: Atleta Alexandra Ereiro “Xandinha”
Então a fotografia é a sua profissão principal? Se sim, por que decidiu fazer dela o seu trabalho?
Atualmente a fotografia é meu trabalho principal e foi escolhido por amor. Eu estudo muito fotografia, gosto de aprender, fazer cursos e fotografar. Não me vejo fazendo outra coisa.
O que você busca fotografar mais? Ensaios fora d’água ou surfe dentro d’água?
Dentro d’água é o lugar que me sinto melhor. Busco me especializar e trabalhar cada vez mais no mar. O surfe faz parte desse objetivo, mas gosto de seguir uma linha mais artística que evidencie o envolvimento do surfista com a natureza. Gosto de registrar aqueles momentos que só vemos do mar quando estamos numa sessão de surfe. As ondas, o nascer do sol, a água salgada… Saber que eu posso eternizar e compartilhar esse privilégio de ser parte daquele ambiente é uma das coisas que mais curto na fotografia aquática.
O Rio de Janeiro é constituído por inúmeros cartões postais, assim como praias belíssimas. Então de que forma você acredita que a “cidade maravilhosa” contribui para o seu trabalho como fotógrafo?
Eu nasci em Copa e sou apaixonado pelo Rio de Janeiro. Comecei a surfar cedo e esse contato com o mar foi minha grande inspiração para a fotografia. A extensão do litoral é o que mais ajuda porque sempre tem onda e um visual incrível que podemos registrar.
Fotografia: Atleta Nicolle Calheiros “Nick”
E como você define o seu olhar na fotografia? Tem algum “estilo” que você trabalha mais?
Gosto muito de Fine Art e sempre procuro os ângulos onde a natureza se destaca e não somente o surfista. Gosto de registrar a composição de todos os elementos que estão no meu olhar…. o mar, o céu, a natureza ao redor e como tudo isso se integra ao atleta na hora do drop.
Com tanta experiência acumulada ao longo dos anos, você chegou a vivenciar algum perrengue quando estava fotografando? Onde e como foi?
Já sim. No Leme foi o maior perrengue que passei porque a caixa estanque bateu no meu rosto. Fiquei bem, foi um corte leve, mas poderia ter apagado na água. Por isso é importante estar equipado. Um bom capacete evita esse risco.
Pensando em alguém que quer começar a trabalhar com fotografia no mar, quais aspectos merecem ser levados em consideração?
O primeiro ponto importante é estar com equipamento certo, um bom pé de pato, Kpaloa é claro, e uma boa caixa estanque, que hoje já conseguimos comprar aqui no Brasil. É importante investir em uma boa câmera e nas lentes certas porque isso faz muita diferença no resultado do trabalho. Estar em dia com o condicionamento físico é de fato importante também porque tem que ter gás para segurar a pressão de estar sempre ali na zona de impacto, local onde conseguimos as melhores imagens.
Aproveitando que citou a importância de equipamentos adequados, de que forma o pé de pato Kpaloa te ajuda no seu trabalho? Como e em que ele facilita a fotografia?
Ajuda e muito! Para estar bem posicionado no pico, o fotógrafo precisa ter agilidade e velocidade, duas coisas que conseguimos se estivermos com um bom pé de pato. O pé de pato tem que ajudar na propulsão e ser confortável, duas características que a Kpaloa consegue unir com qualidade. Por isso, grandes atletas de bodyboarding usam Kpaloa, marca que não deixa na mão quando precisamos daquela explosão na água.
Fotografia: Atleta Paola Simão
Para fechar, qual lugar você mais sonha em fotografar e quais as dicas que poderia fornecer para quem possa estar interessado em fazer da fotografia uma profissão?
Com certeza Uluwatu na Indonésia. Porque além do Rio, é o lugar que mais amo. Já surfei lá algumas vezes e fotografei de fora d’água, mas isso aconteceu quando eu ainda não tinha a caixa estanque. Agora quero voltar e fotografar de dentro d’água. E respondendo a outra pergunta, a primeira dica é: muita prática! A segunda é: estude bastante fotografia para você ter certeza de qual caminho seguir nesta profissão. Hoje, com tanta informação disponível nas mídias sociais, é possível aprender algo novo todo dia. A terceira dica é não ter medo de errar. Isso vai ser necessário para que você aprenda e evolua. E por fim, ter persistência. Acreditar no amor pela fotografia, apesar das dificuldades que vão aparecer.