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Entrevista com o atleta de bodysurf Breno Diniz, o Batman do P5!

Breno Diniz, apelidado de Batman do posto 5, foi destaque em 2020 ao faturar o prêmio de melhor onda de bodysurf do ano. Para conquistar tal feito, Batman precisou se dedicar diariamente nas ondas de Copacabana, São Conrado e outros picos do Rio de Janeiro. Hoje o atleta do time Kpaloa alterna os treinos de bodysurf com o trabalho de guarda-vidas.

Como foi o seu primeiro contato com o mar? Você já começou praticando o bodysurf?

Quando tinha 6 anos, quase morri afogado na praia de São Conrado. Desde então, sempre tive muito medo do mar. Aos 14 anos aprendi a nadar e logo em seguida conheci o bodysurf através de um amigo. Achei mágico e irado deslizar só com o corpo nas ondas, comecei a surfar de bodyboard e depois abandonei a prancha.

Desde esses anos que você tem treinado bastante no bodysurf, o que você acredita ter sido fundamental para a sua evolução?

A fonte da evolução é a competição. Comecei a competir 6 meses depois do meu início e conheci manobras que nunca tinha visto antes. Após o meu primeiro campeonato, onde sou local no Posto 5 de Copacabana, tive certeza que era aquilo que eu queria, mesmo sendo muito difícil eu treinei duro para ir bem nas próximas competições e assim fui evoluindo.

E como você chegou no mundo das competições de bodysurf?

Através da escolinha do mestre Marcelo Cabelo tive a oportunidade de participar do Meeting Andorinha do Mar em 2015. Sempre gostei da competição e minha mãe sempre me incentivou junto com o Márcio Couto e o JC Rodrigues.

Foto: @ar7hurmeier

Em 2019, você participou do KPALOA BRASILEIRO DE BODYSURF. Conta um pouco dessa experiência.

O KPALOA BRASILEIRO DE BODYSURF em 2019 foi irado, único e com certeza o maior nível de competição que já participei. Os melhores do mundo estão no Brasil na minha opinião e eu fiquei em 4º lugar. Eu competi em quase todas as etapas, só não fui para o Nordeste por condições financeiras. Como estava sem apoio foi muito difícil, mas espero que ano que vem com tudo isso acabando possamos sentir essa vibe do campeonato novamente.

Se tivesse que escolher uma onda desafiadora que você já surfou, qual seria?

Em 2016 fui convidado pelo Jc Rodrigues, meu grande amigo e pioneiro do esporte no P5. Ídolo e big rider, Jc me convidou para ir em Itacoatiara, praia temida por todos os praticantes. Eu encarei o desafio e fomos. Chegando lá me deparo com o maior mar da minha vida, séries em torno de 10 a 12 pés. Lembro que foi difícil entrar naquele mar, mas com toda ajuda do Jc eu me senti mais confiante. Veio uma série cabulosa, uma esquerda gigante e ele botou pilha pra ir “vai,vai,vai,vai!” Então eu fui. Tentei segurar o drop, mas a onda era muito grande e cavou muito. Despenquei de um prédio e rendeu uma foto sinistra. Três meses depois eu estava no campeonato Whooze Itacoa Legends. Aquele foi o maior mar da minha vida! Depois de ter levado o maior caldo da minha vida, fui convidado a competir nesse que era o campeonato mais importante da época, intitulado como “Mundial”. Novamente Itacoatiara mostrou sua força. Um mar cabuloso com 12 pés fácil e muito balançado por conta do vento maral, que fez com que as condições se mostrassem “insurfáveis”. Mas por conta de toda a logística, o campeonato teria que acontecer assim mesmo e assim foi. Lembro de amigos que não conseguiram entrar, muitos passando sufoco e na época eu que estava com 16 anos, cheguei até a semifinal. Já estava muito cansado e acabei saindo na metade da bateria. Aquele definitivamente era o mar de “vida ou morte”.

Apesar do Rio de Janeiro ter ondas iradas como Itacoatiara, existe alguma onda que você queira muito surfar em outro lugar do mundo?

Indonésia sem sombra de dúvidas, meu maior sonho é surfar as esquerdas de Uluwatu e Watu kurung. E claro, Pipeline no Hawaii, sonho de qualquer um.

Qual manobra você mais gosta de executar? E qual manobra você está treinando?

O parafuso é essencial para as competições, além de ser bonito e você girar junto com a onda, extremo contato com a natureza. A arte de sentir a onda pra executar um giro nela… é algo perfeito, é a minha onda preferida! No momento, tenho treinado o 360º, que é um giro de 360º com o próprio corpo na onda, similar a manobra do bodyboarding. Além dessa, tenho treinado o front flip, que é uma cambalhota / mortal para frente, voltando na linha da onda. Posso dizer que consigo executar as duas manobras, mas não com tanta facilidade e por isso venho treinando bastante para aperfeiçoar.

Atualmente, como é a sua rotina?

Eu costumo acordar cedo todos os dias, pois trabalho de guarda-vidas civil em uma escala de trabalho de 12×36. Nos dias de trabalho eu acordo às 5h e treino até às 8h. Depois pedalo 12 km para chegar no trabalho e assim faço um treino de cardio. Nos dias de folga do trabalho, eu surfo mais tranquilo e vou para academia. Às vezes fico cansado, mas faz parte do jogo. Não existe vitória sem esforço. Essa é a minha rotina.

O que você espera da parceria com a Kpaloa e qual a relevância dessa união pensando na sua carreira de atleta?

Posso dizer que realizei um dos meus sonhos. O sonho de todo atleta é ter um apoio como o da Kpaloa e espero gerar e colher bons frutos dessa parceria.

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Team Kpaloa

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